final de ano sempre me faz querer ser outra pessoa.eu penso em como seria bom se eu dormisse e acordasse alta, loira, rica e responsável.
supondo que alta eu não tenho como ficar, rica também não e loira só com muito dinheiro, acho que o ideal é ser responsável, pelo menos.
quero parar de beber, de fumar também. não quero mais sair depois da oito da noite e nem discutir com a minha mãe. parar de faltar trabalho e aulas, me dedicar na faculdade. nunca mais sair com ninguém a menos que esteja completamente apaixonada. cuidar bem do meu gato, das minhas roupas e material de trabalho. ser mais organizada e depilar as pernas no salão uma vez a cada quinze dias. dormir melhor, comer melhor, ver mais tv e ler mais também.
parar de me preocupar com as necessidades dos outros e me dedicar mais as minhas necessidades. (tipo as de mudança). deletar meu orkut e esquecer toda essa imagem que construi a minha volta. ser mais sincera de vez em quando, dizer pras essoas importantes o quanto gosto delas, evitar quem eu não gosto. trabalhar que nem uma louca até estar tudo certo.
escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho...sei lá.
o ano novo chegando me dá uma enorme vontade de mudar, ser outra pessoa, e também ser o melhor de mim.
Thursday, December 28, 2006
Tuesday, December 12, 2006
"Personal Jesus"
Tenta acordar e ouvir o cd do Johnny Cash de versões.
É impressionante como ele dá um sentido novo às músicas alheias.
Inspirador saber que música não é tão pessoal que n possa ser mudado, nada é imutável ou insubstituível.
Ninguém ama tanto nem odeia tanto que não vá esquecer um dia. Nem é tão esperto que não vá errar, nem tão burro que nunca tenha razão.
Tudo isso ouvindo "personal Jesus"
É impressionante como ele dá um sentido novo às músicas alheias.
Inspirador saber que música não é tão pessoal que n possa ser mudado, nada é imutável ou insubstituível.
Ninguém ama tanto nem odeia tanto que não vá esquecer um dia. Nem é tão esperto que não vá errar, nem tão burro que nunca tenha razão.
Tudo isso ouvindo "personal Jesus"
Wednesday, October 25, 2006
Eu encho o saco com esse papo de Arte.
Tava lembrando como eu via quem fazia arte quando eu era mais nova.
Juro que eu pensava neles como seres iluminados, abençoados com um dom divino.
Quando vi pela primeira vez um formulário de inscrição pro vestibular eu pensei em fazer Belas Artes, mas tive certeza de que nunca passaria num Teste de Habilidade Específica. E, sim, nessa época eu já desenhava.
Assim como todo mundo - ou quase todo mundo - eu achava que quem fazia arte morria de fome.
Como a visão muda em menos de um ano! Não é porque hoje em dia conheço gente que entrou, ou porque achei o Teste de Habilidade Específica ridículo de fáci, mas é porque arte é uma coisa tão burguesa que nem sei como um dia alguém achou que artista morria de fome.
Até mesmo porque os artistas de hoje são os designers, os caras que mexem com a sua cabeça e tudo mais.
Vai parecer meio nazista, de repente até é, mas sabe que não tem UM negro em todo o curso de pintura?! Pelo menos eu nunca vi, juro.
Além disso, uma vez um professor de lá falou pra um amigo meu, que manda bem pacas com essas paradas de arte e, innclusive está com uma sala de exposição no Hélio Oiticica numa coisa como "É, você tem que parar de se limitar a essa coisa de levar arte pro Méier e tal. Sabe, tem aquela coisa do túnel"
Pareceu confuso mas ele estava se referindo à divisão zona sul/ zona norte que é tão clara no Rio de Janeiro.
Ou seja, hoje em dia eu conheço todo tipo de gente que faz Belas Artes e me provou que eu sou capaz e que posso ir bem também. Conheço todo tipo de gente, menos negros e conservadores.
Arte não é pra rico, não extamente. É sempre feita PARA rico, mas não que eu não posa fazer só porque não sou filha de um dos donos do mundo.
E ninguém precisa limitar o pensamento a essas coisas. Não é porque não fala da sua realidade que não possa entender. Não mesmo!
Arte é menos divina do que parece, é mais trabalho e informação do que dom.
E, a propósito, eu não gosto mais tanto de Rembrant.
Juro que eu pensava neles como seres iluminados, abençoados com um dom divino.
Quando vi pela primeira vez um formulário de inscrição pro vestibular eu pensei em fazer Belas Artes, mas tive certeza de que nunca passaria num Teste de Habilidade Específica. E, sim, nessa época eu já desenhava.
Assim como todo mundo - ou quase todo mundo - eu achava que quem fazia arte morria de fome.
Como a visão muda em menos de um ano! Não é porque hoje em dia conheço gente que entrou, ou porque achei o Teste de Habilidade Específica ridículo de fáci, mas é porque arte é uma coisa tão burguesa que nem sei como um dia alguém achou que artista morria de fome.
Até mesmo porque os artistas de hoje são os designers, os caras que mexem com a sua cabeça e tudo mais.
Vai parecer meio nazista, de repente até é, mas sabe que não tem UM negro em todo o curso de pintura?! Pelo menos eu nunca vi, juro.
Além disso, uma vez um professor de lá falou pra um amigo meu, que manda bem pacas com essas paradas de arte e, innclusive está com uma sala de exposição no Hélio Oiticica numa coisa como "É, você tem que parar de se limitar a essa coisa de levar arte pro Méier e tal. Sabe, tem aquela coisa do túnel"
Pareceu confuso mas ele estava se referindo à divisão zona sul/ zona norte que é tão clara no Rio de Janeiro.
Ou seja, hoje em dia eu conheço todo tipo de gente que faz Belas Artes e me provou que eu sou capaz e que posso ir bem também. Conheço todo tipo de gente, menos negros e conservadores.
Arte não é pra rico, não extamente. É sempre feita PARA rico, mas não que eu não posa fazer só porque não sou filha de um dos donos do mundo.
E ninguém precisa limitar o pensamento a essas coisas. Não é porque não fala da sua realidade que não possa entender. Não mesmo!
Arte é menos divina do que parece, é mais trabalho e informação do que dom.
E, a propósito, eu não gosto mais tanto de Rembrant.
Monday, October 02, 2006
"A verdade é um porco empalado no banquete da poesia"
Chegar em casa é sempre bom.
Entro direto pro quarto e tiro a calça jeans em frente ao espelho...depois a blusa, e visto a camisa de um pijama masculino velho como o casamento do meu irmão.
Me joguei na cama, catei a bolsa e acendí um cigarro, só pra ver como seria fumar na cama, como se não tivesse mais ninguém na casa.
Angústias sempre vêm quando se fuma sozinha. É quando se pratica uma ação sem fazer nada. Eu tenho milhares de sensações, e estou fazendo algo, mas minha mente trabalha como se não fosse ato algum, como se estivesse ociosamente pensando, e pensando em todas as minhas decepções, tantos silêncioas, paixões perdidas, inconsequencias... remoendo tudo antes de um Carlton Red acabar.
Todas as vezes que devia falar, e não disse, e quando devia calar, e não calei...Ser sufocada e ainda tomar dois dedos d'água no meio de um discursão.
Balinhas coloridas que eu derrubei no chão, um morango meio mordido que ele roubou só pra fazer careta depois, reclamando que estava azedo.
Como eram minhas unhas quando eu ainda roía, e como eram quando deixei crescer enormes.pra terminar nesse arremedo infantil curto lixado quadradinho.
Cabelo curto, cabelo comprido e esse meio termo relaxado que incomoda e ao mesmo tempo acomoda.
Tudo que passa....
Apaga o cigarro em cima de um papel, joga o restinho pela janela...liga o ventilador e espirra um pouco de "Bom ar" porque a família já chama na porta. Tráz o presente de novo e vamos cantar "Parabéns". Respira fundo e encara a vida lá fora, porque nada é mais angustiante do que fazer nada.
Entro direto pro quarto e tiro a calça jeans em frente ao espelho...depois a blusa, e visto a camisa de um pijama masculino velho como o casamento do meu irmão.
Me joguei na cama, catei a bolsa e acendí um cigarro, só pra ver como seria fumar na cama, como se não tivesse mais ninguém na casa.
Angústias sempre vêm quando se fuma sozinha. É quando se pratica uma ação sem fazer nada. Eu tenho milhares de sensações, e estou fazendo algo, mas minha mente trabalha como se não fosse ato algum, como se estivesse ociosamente pensando, e pensando em todas as minhas decepções, tantos silêncioas, paixões perdidas, inconsequencias... remoendo tudo antes de um Carlton Red acabar.
Todas as vezes que devia falar, e não disse, e quando devia calar, e não calei...Ser sufocada e ainda tomar dois dedos d'água no meio de um discursão.
Balinhas coloridas que eu derrubei no chão, um morango meio mordido que ele roubou só pra fazer careta depois, reclamando que estava azedo.
Como eram minhas unhas quando eu ainda roía, e como eram quando deixei crescer enormes.pra terminar nesse arremedo infantil curto lixado quadradinho.
Cabelo curto, cabelo comprido e esse meio termo relaxado que incomoda e ao mesmo tempo acomoda.
Tudo que passa....
Apaga o cigarro em cima de um papel, joga o restinho pela janela...liga o ventilador e espirra um pouco de "Bom ar" porque a família já chama na porta. Tráz o presente de novo e vamos cantar "Parabéns". Respira fundo e encara a vida lá fora, porque nada é mais angustiante do que fazer nada.
Monday, September 25, 2006
fun for me
I dreamt that I was dreaming, I was wired to a clock,
Tickled by the minute hand tick tock tick tock,
I dream I'm on a train and it is making music,
I don't remember getting on clickity click clickity click,
I dreamt that I was very tall, I was bigger than King Kong,
I heard the bells the bells a'ringing a'ding dong ding dong,
I dreamt that I was sitting in the devil's company,
He gave a solemn promise fe fi fi fun for me,
I dreamt that I was chasing the monster out of me,
I caught him in the corner ha ha hee hee hee,
I dream I'm in a tunnel between here and now,
Scooby do-be where would you be bow wow wow wow,
I dream I'm at a crossroads no place left to go,
I look in each direction eenie meanie miny mo,
I dream I am an ostrich head deep in the sand,
There is a rhythm that's a playing fantastic elastic band,I
dreamt that the bogeyman went down on Mr Spock
Sugar was a flowing sock it to 'em sock
I dreamt I saw a moo cow jump across the moon
Just a flight of fantasy zoom zoom zoom
I dreamt I met a spaceman he took me to his ship,
You know he cut my hair off snip snip snip
I dreamt that I was sleeping asleep for heaven's sake
The dream that I was dreaming caused me to awake
I dreamt that I was way up I was standing on the top
With the feeling I was falling bop beep bop
I dreamt that I was jumping in a circus through a hoop,
Someone saw the lights off shoo-be-doop
I dreamt that I was fast I was never shutting up,
I was going in a hurry I was giddy-up giddy-up
I dream I'm in the park I'm standing in the nudey,
I was getting what I wanted tootie fruity tootie fruity,
Tickled by the minute hand tick tock tick tock,
I dream I'm on a train and it is making music,
I don't remember getting on clickity click clickity click,
I dreamt that I was very tall, I was bigger than King Kong,
I heard the bells the bells a'ringing a'ding dong ding dong,
I dreamt that I was sitting in the devil's company,
He gave a solemn promise fe fi fi fun for me,
I dreamt that I was chasing the monster out of me,
I caught him in the corner ha ha hee hee hee,
I dream I'm in a tunnel between here and now,
Scooby do-be where would you be bow wow wow wow,
I dream I'm at a crossroads no place left to go,
I look in each direction eenie meanie miny mo,
I dream I am an ostrich head deep in the sand,
There is a rhythm that's a playing fantastic elastic band,I
dreamt that the bogeyman went down on Mr Spock
Sugar was a flowing sock it to 'em sock
I dreamt I saw a moo cow jump across the moon
Just a flight of fantasy zoom zoom zoom
I dreamt I met a spaceman he took me to his ship,
You know he cut my hair off snip snip snip
I dreamt that I was sleeping asleep for heaven's sake
The dream that I was dreaming caused me to awake
I dreamt that I was way up I was standing on the top
With the feeling I was falling bop beep bop
I dreamt that I was jumping in a circus through a hoop,
Someone saw the lights off shoo-be-doop
I dreamt that I was fast I was never shutting up,
I was going in a hurry I was giddy-up giddy-up
I dream I'm in the park I'm standing in the nudey,
I was getting what I wanted tootie fruity tootie fruity,
Friday, September 08, 2006
Between Love and Hate.
As minhas sensações estavam muito elevadas. Não tenho certeza de ser sensação ou percepção, mas via tudo com aguda clareza e, de certo modo, tudo me afetava com muito mais intensidade.
O céu estava azul-cinzento, a calçada fria, os vizinhos me olhando, pés no chão gelado. Um cheiro artificial de melancia vinha de mim, ou do frasco cor-de-rosa no banheiro.
Sentia a animação das pessoas falando a minha volta e aquele calorzinho de cumplicidade no ar. Mas não participava de nada.
A cerveja gelada não fazia efeito algum há tempos, eu só sabia sorrir amargo e olhar para meus pés, com as unhas de esmalte vermelho já desgastando. Passava dos pés para o asfalto, para algum rosto conhecido, para o céu ameaçador e melancólico...só evitava olhar o portão a minha frente.
O portão meio enferrujado, preto apagado tinha um nome pixado em corretivo branco, um nome imbecil de cinco letras que tocou lá no fundinho da minha alma, me fazendo virar uma pessoa dramática, crítica e patética.
O maldito nome ficou lá a noite toda, e tudo que eu fazia associava ao portão, ao nome, a pessoa...
O vento estava realmente gelado, a cerveja realmente boa, mas nada seria o suficiente enquanto ele não voltasse.
Pode ser que minhas sensações estivessem elevadas, ou talvez fosse o álcool.
O céu estava azul-cinzento, a calçada fria, os vizinhos me olhando, pés no chão gelado. Um cheiro artificial de melancia vinha de mim, ou do frasco cor-de-rosa no banheiro.
Sentia a animação das pessoas falando a minha volta e aquele calorzinho de cumplicidade no ar. Mas não participava de nada.
A cerveja gelada não fazia efeito algum há tempos, eu só sabia sorrir amargo e olhar para meus pés, com as unhas de esmalte vermelho já desgastando. Passava dos pés para o asfalto, para algum rosto conhecido, para o céu ameaçador e melancólico...só evitava olhar o portão a minha frente.
O portão meio enferrujado, preto apagado tinha um nome pixado em corretivo branco, um nome imbecil de cinco letras que tocou lá no fundinho da minha alma, me fazendo virar uma pessoa dramática, crítica e patética.
O maldito nome ficou lá a noite toda, e tudo que eu fazia associava ao portão, ao nome, a pessoa...
O vento estava realmente gelado, a cerveja realmente boa, mas nada seria o suficiente enquanto ele não voltasse.
Pode ser que minhas sensações estivessem elevadas, ou talvez fosse o álcool.
Monday, September 04, 2006
Silêncio.
Situação 1. Anne ouvindo "I don't wanna fall in love", do "she wants revenge"enquanto costura sua saia pra aula de modelagem na mesa do esritório.
Situação 2. Anne pára no meio do Centro e começa a contar quantos homens usavam guarda-chuva na garoa fninha que estav fazendo (nenhum), e quantas mulheres (70%).
Situação 3.Anne está falando no telefone da empresa, o cliente pergunta com "quem está falando" e...eu não sei. Esqueceu o próprio nome.
Situação 2. Anne pára no meio do Centro e começa a contar quantos homens usavam guarda-chuva na garoa fninha que estav fazendo (nenhum), e quantas mulheres (70%).
Situação 3.Anne está falando no telefone da empresa, o cliente pergunta com "quem está falando" e...eu não sei. Esqueceu o próprio nome.
Wednesday, August 30, 2006
[Tirinha Snoopy]
"-Estas pedras são uma liberação para minhas emoções Reprimidas.
-Quando me sinto tenso, fico aqui e jogo pedras nesse terreno baldio.
...
-Olha, Charlie Brown, seu cabeça-dura.
...
-Às vezes eu acho que sou um terreno baldio."
-Quando me sinto tenso, fico aqui e jogo pedras nesse terreno baldio.
...
-Olha, Charlie Brown, seu cabeça-dura.
...
-Às vezes eu acho que sou um terreno baldio."
Friday, August 25, 2006
vamos falar de arte! - Resposta Coment.(Last Post)
erica said...
NÃO!!!Anne, não acredite nessas besteiras...Essa coisa de arte e aprender arte é tudo mentira...
Eu venho separando todas as pessoas que eu conheço como artistas e não-artistas, com o meu prórpio conceito de Arte.
Descobri que a maioria que se preocupa em aprender Arte, não é artista.
Por exemplo:Érica: não é artista
Anne: não é artista
Minha prof. de matemática: é artista.
(a maioria dos professores de matemática são artistas).
em fim, pessoas como Holden Caulfield por exemplo, são artistas natos!!!
não é que tenham aprendido alguma coisa...
talvez não tenham aprendido coisa alguma...
mas são artias pelo seu modo de ver a vida, coisa que tem desde que nascem......
olha, quem sabe viver e encarar a vida e as coisas do jeito certo é, sem dúvida, o maior dos artistas. e é meu ídolo tb.
8/25/2006 9:22 AM
erica said...
um exemplo mais concreto....Bob Marley: é artista.PJ Harvey: não é artista.não sei se deu pra captar.
Anne said...
Eu penso assim:
Eu não sei se tem um jeito certo de encarar a vida, até acredito que seja variável, como a verdade, e que por isso seja uma afirmação errada a de que artista seja quem encara a vida da forma certa. Pra mim, pelo menos, artista pode ser aquele que ENCARA a vida, seja lá como for.
Concordo que arte não é uma coisa que se aprenda, é mais uma coisa que se desenvolve, como o conceito.
Um professor da EBA uma vez falou a parada que mais falou comigo até hoje sobre arte: "Existe artista, e existe trabalhador de arte". Acho que é bem isso mesmo. Não acho que alguém faça arte, acho que é feito trabalho de arte.
A arte está em mim, e está no mundo, espalhado como um pózinho de fada. Quando a arte que está em mim encontra a arte que está no mundo e se exprime em uma parada material, que basicamente é como a arte em mim vê a arte no mundo, surge o trabalho de arte. Talvez por isso os trabalhos que eu realmente goste sejam aqueles que tenham a ver com toque, com cheiro, com algo mais concreto e realmente material. A arte pra mim pode ser subjetiva, mas trabalho de arte não.
Como diria um amigo meu, "eu só pego todo esse lixo e ponho dentro do meu coração. (Ou no chão do quarto, no armário, gaveta, pastinha...)
Também vejo arte como algo extremamente ligada a conceito, talvez por essa idéia de ser a forma como a arte de cada um interpreta a arte do mundo, e por isso não aceito muito bem trabalhos que não note o conceito. Não estou conseguindo explicar direito, um dia a gente conversa sobre isso, mas se parar pra pensar vai ver que tem relação.
Não me acho artista, nem trabalhadora de arte, eu usei "eu" só pra não ter que mencionar um nome aleatório.
Também concordo que quem tente aprender arte não seja artista, não acho que arte dê pra aprender, mas que você desenvolve tendo contato com trabalho de arte, sim.
Eu não sou artista, sofro de um terrível mal, que é o "Complexo de ar(/u)tista". - Basicamente, é aquela terrível mania que as pessoas tem de querer explicar a arte de forma imaterial (como palavras e idéais) e tenta justificar e entender qualquer trabalho de arte, que as vezes foi feito por qualquer motivo imbecil. Às vezes pra ser bonito, às vezes pra chocar, às vezes pra explicar, às vezes apenas pra 'ser'. Não me importa qual o conceito, eu sempre tento ver, e sempre tento explicar, e se não acho, não gosto. (por isso autista)
A idéia de que um cara como Holden Caulfield seja artista faz muito sentido no âmbito de que ele talvez não tente explicar nada, afinal, talvez ele nem saiba nada. E ele é trabalhador de arte no sentido de que o que ele faz é materializar o que tem nele, junto com o que tem no mundo, mas minha doença é tão séria que torna difícil eu conceber tudo isso.
A idéia de arte que eu mais admiro é o conceito de pegar um objeto qualque, qualquer coisa que seja material. Pode ser uma madeira, um papel, uma lata, um saco plástico... Qualquer coisa e passar muito tempo com ela. Tempo suficiente pra começar a "interferir" no objeto. Modificá-lo, adaptá-lo até ele se transformar em algo que me faça captar o que está no trabalhador e no que eu vejo todos os dias. Ou seja, eu curto "intervenção urbana" e "street art".
[Embora a idéia do meu amigo de fazer uma peça manchando de vômito colorido uma lona branca - idéia que ele teve depois que o irmão dele teve uma ressaca misturando cerveja e jujuba - seja sensacional]
NÃO!!!Anne, não acredite nessas besteiras...Essa coisa de arte e aprender arte é tudo mentira...
Eu venho separando todas as pessoas que eu conheço como artistas e não-artistas, com o meu prórpio conceito de Arte.
Descobri que a maioria que se preocupa em aprender Arte, não é artista.
Por exemplo:Érica: não é artista
Anne: não é artista
Minha prof. de matemática: é artista.
(a maioria dos professores de matemática são artistas).
em fim, pessoas como Holden Caulfield por exemplo, são artistas natos!!!
não é que tenham aprendido alguma coisa...
talvez não tenham aprendido coisa alguma...
mas são artias pelo seu modo de ver a vida, coisa que tem desde que nascem......
olha, quem sabe viver e encarar a vida e as coisas do jeito certo é, sem dúvida, o maior dos artistas. e é meu ídolo tb.
8/25/2006 9:22 AM
erica said...
um exemplo mais concreto....Bob Marley: é artista.PJ Harvey: não é artista.não sei se deu pra captar.
Anne said...
Eu penso assim:
Eu não sei se tem um jeito certo de encarar a vida, até acredito que seja variável, como a verdade, e que por isso seja uma afirmação errada a de que artista seja quem encara a vida da forma certa. Pra mim, pelo menos, artista pode ser aquele que ENCARA a vida, seja lá como for.
Concordo que arte não é uma coisa que se aprenda, é mais uma coisa que se desenvolve, como o conceito.
Um professor da EBA uma vez falou a parada que mais falou comigo até hoje sobre arte: "Existe artista, e existe trabalhador de arte". Acho que é bem isso mesmo. Não acho que alguém faça arte, acho que é feito trabalho de arte.
A arte está em mim, e está no mundo, espalhado como um pózinho de fada. Quando a arte que está em mim encontra a arte que está no mundo e se exprime em uma parada material, que basicamente é como a arte em mim vê a arte no mundo, surge o trabalho de arte. Talvez por isso os trabalhos que eu realmente goste sejam aqueles que tenham a ver com toque, com cheiro, com algo mais concreto e realmente material. A arte pra mim pode ser subjetiva, mas trabalho de arte não.
Como diria um amigo meu, "eu só pego todo esse lixo e ponho dentro do meu coração. (Ou no chão do quarto, no armário, gaveta, pastinha...)
Também vejo arte como algo extremamente ligada a conceito, talvez por essa idéia de ser a forma como a arte de cada um interpreta a arte do mundo, e por isso não aceito muito bem trabalhos que não note o conceito. Não estou conseguindo explicar direito, um dia a gente conversa sobre isso, mas se parar pra pensar vai ver que tem relação.
Não me acho artista, nem trabalhadora de arte, eu usei "eu" só pra não ter que mencionar um nome aleatório.
Também concordo que quem tente aprender arte não seja artista, não acho que arte dê pra aprender, mas que você desenvolve tendo contato com trabalho de arte, sim.
Eu não sou artista, sofro de um terrível mal, que é o "Complexo de ar(/u)tista". - Basicamente, é aquela terrível mania que as pessoas tem de querer explicar a arte de forma imaterial (como palavras e idéais) e tenta justificar e entender qualquer trabalho de arte, que as vezes foi feito por qualquer motivo imbecil. Às vezes pra ser bonito, às vezes pra chocar, às vezes pra explicar, às vezes apenas pra 'ser'. Não me importa qual o conceito, eu sempre tento ver, e sempre tento explicar, e se não acho, não gosto. (por isso autista)
A idéia de que um cara como Holden Caulfield seja artista faz muito sentido no âmbito de que ele talvez não tente explicar nada, afinal, talvez ele nem saiba nada. E ele é trabalhador de arte no sentido de que o que ele faz é materializar o que tem nele, junto com o que tem no mundo, mas minha doença é tão séria que torna difícil eu conceber tudo isso.
A idéia de arte que eu mais admiro é o conceito de pegar um objeto qualque, qualquer coisa que seja material. Pode ser uma madeira, um papel, uma lata, um saco plástico... Qualquer coisa e passar muito tempo com ela. Tempo suficiente pra começar a "interferir" no objeto. Modificá-lo, adaptá-lo até ele se transformar em algo que me faça captar o que está no trabalhador e no que eu vejo todos os dias. Ou seja, eu curto "intervenção urbana" e "street art".
[Embora a idéia do meu amigo de fazer uma peça manchando de vômito colorido uma lona branca - idéia que ele teve depois que o irmão dele teve uma ressaca misturando cerveja e jujuba - seja sensacional]
Thursday, August 24, 2006
Live Journal.
http://anne-non.livejournal.com/
Achou o que? Que eu ia fazer um post cheio de referências e incrivelmente denso sobre a superesposição da internet, de como a minha vida foi levada (voluntariamente) desde que me viciei nessas ferramentas demoníacas que fazem a internet divertida?!
Não, é só pra dizer que fiz um livejournal mesmo. E que assim que puder eu vou aprender a mexer em html só pra fazer uma template linda pro meu blog e um layout sensacional pro livejournal.
Aliás, estou trabalhando igual a um cão de camponês hoje. Passei toda a manhã entre boletas bancárias e trbalho de pesquiza de moda sobre o luxo.
.........................
Você acha que o luxo na moda sobrevive no mundo globalizado do séc. XXI?
É claro que sobrevive. O luxo hoje é feito de conceito, e não mais dos previsiveis materiais nobres ou de extravagâncias orçamentárias.Luxo hoje em dia vem do raro e do exótico, do design, dos avanços tecnológicos e, sobretudo, da hipermaleabilidade.
.........................
O que esqueci de falar é como hoje o conceito custa caro.
Desci até o Centro Cultural dos Correios - acredite se quiser - pra pôr uma carta. Passei por umas peças de uma tal de Fabiana não-sei-o-que-lá que fez um dos trabalhos mais feios que eu já vi.
Pra começar, a mulher só faz quadros. E também ela trabalha com uns materiais orgânicos que me deram nojinho.
A primeira peça que eu vi era uma mancha que lembrava uma estrada e um dia nublado. Era feita com areia, cinza, fuligem, uma estopa (que lembra meu cachorro antes da tosa), uns gravetos... coisa bem natureba mesmo, que deu a sensação de lixeira de cozinha. Aquela, cheia de material orgânico degradando, que você jamais meteria a mão.
E os trabalhos eram todos assim. Uma coisa meio "Monnet", só que altamente biodegradável (não que eu saiba o que isso significa) e muito feia. Ela fazia paisagens batidas, de linha de trem a pôr-do-sol, apenas.
Na Candido tá rolando uma expo também: "Jogos Geométricos". Os trabalhos são todos grandes, coisa de designer mesmo. Todos em preto- e-branco, trabalhando com figuras muito bem ordenadas. Um trabalho limpo, mais voltado pra decoração do que para interpretação. Minimalista e cru. É o tipo de trabalho que eu vestiria.
Recomendo. Aliás, recomendo que todo mundo corra atrás de qualquer exposição de arte (especialmente se for no CCBB). Aprendam tudo que puderem, cresçam o máximo no seu curto período de vida e, não que vá fazer diferença, mas se dediquem a amar essa realidade subjetiva tão conhecida como arte.
[Tá, coisa de newbie babaca com complexo de ar(/u)tista]
mas quem nunca quis fazer um post imbecil só pra pôr banca?
o/
mesmo assim eu fiz.
Achou o que? Que eu ia fazer um post cheio de referências e incrivelmente denso sobre a superesposição da internet, de como a minha vida foi levada (voluntariamente) desde que me viciei nessas ferramentas demoníacas que fazem a internet divertida?!
Não, é só pra dizer que fiz um livejournal mesmo. E que assim que puder eu vou aprender a mexer em html só pra fazer uma template linda pro meu blog e um layout sensacional pro livejournal.
Aliás, estou trabalhando igual a um cão de camponês hoje. Passei toda a manhã entre boletas bancárias e trbalho de pesquiza de moda sobre o luxo.
.........................
Você acha que o luxo na moda sobrevive no mundo globalizado do séc. XXI?
É claro que sobrevive. O luxo hoje é feito de conceito, e não mais dos previsiveis materiais nobres ou de extravagâncias orçamentárias.Luxo hoje em dia vem do raro e do exótico, do design, dos avanços tecnológicos e, sobretudo, da hipermaleabilidade.
.........................
O que esqueci de falar é como hoje o conceito custa caro.
Desci até o Centro Cultural dos Correios - acredite se quiser - pra pôr uma carta. Passei por umas peças de uma tal de Fabiana não-sei-o-que-lá que fez um dos trabalhos mais feios que eu já vi.
Pra começar, a mulher só faz quadros. E também ela trabalha com uns materiais orgânicos que me deram nojinho.
A primeira peça que eu vi era uma mancha que lembrava uma estrada e um dia nublado. Era feita com areia, cinza, fuligem, uma estopa (que lembra meu cachorro antes da tosa), uns gravetos... coisa bem natureba mesmo, que deu a sensação de lixeira de cozinha. Aquela, cheia de material orgânico degradando, que você jamais meteria a mão.
E os trabalhos eram todos assim. Uma coisa meio "Monnet", só que altamente biodegradável (não que eu saiba o que isso significa) e muito feia. Ela fazia paisagens batidas, de linha de trem a pôr-do-sol, apenas.
Na Candido tá rolando uma expo também: "Jogos Geométricos". Os trabalhos são todos grandes, coisa de designer mesmo. Todos em preto- e-branco, trabalhando com figuras muito bem ordenadas. Um trabalho limpo, mais voltado pra decoração do que para interpretação. Minimalista e cru. É o tipo de trabalho que eu vestiria.
Recomendo. Aliás, recomendo que todo mundo corra atrás de qualquer exposição de arte (especialmente se for no CCBB). Aprendam tudo que puderem, cresçam o máximo no seu curto período de vida e, não que vá fazer diferença, mas se dediquem a amar essa realidade subjetiva tão conhecida como arte.
[Tá, coisa de newbie babaca com complexo de ar(/u)tista]
mas quem nunca quis fazer um post imbecil só pra pôr banca?
o/
mesmo assim eu fiz.
Wednesday, August 23, 2006
" The Passenger"
Ouvindo "Lunachicks" como me é devido, tava divagando sobre como as pessoas no Centro da cidade são engraçadas.
Meu horário de almoço e eu fui comer alguma coisa na rua. Passseava numa feira de livros quando um homem gordo de voz rouca que anunciava"bola treze, bola treze. hoje vai dar treze.bola treze,bola treze..." agarrou meu braço e começou a dizer que eu ia ganhar, eu merecia ganhar. Só pelo meu sorriso (de desepero). Segundo ele tinha algo a ver com hoje ser dia 23 e eu ter passado embaixo de uma placa...Aí eu murmurei que "Não acredito nessas coi..." E ele sumiu!
Continuava meu caminho na busca do livro encantado, com meu copinho de 700 calorias pra comer de colherzinha e um colombiano queria que assistisse uma palestra de cinco minutos com o tema "O que você faria se não houvesse mais porque?". Não, eu não entendi.
Também não fui ver palestra nenhuma. Eu meio que sei o que eu faria se não houvesse porque.
Ia achar um nome foda e virar filósofa, que nem Sócrates.
Aliás, hoje tem palestra com o Dahmer, o cara que escreve os "Malvados" na "Da Vinci", do lado meu trabalho. Eu não vou também porque tenho que estar na faculdade na hora.
E levei empurrão de uma muher gorda com as sobrancelhas desenhada. Ganhei uma flor de um cara que tava coçando o nariz com o dedo médio (que era seu único dedo), Quase fui atropelada por uma criança carregando um Hitler de pelúcia (meu novo sonho de consumo) e vi um homem com um pato embaixo do braço.
O mais incrível é que nenhuma dessas pessoas dá a mínima pra mim. Elas passam por mim como se eu fosse mais um poste, um poste onde ela podem colar cartazes, fazer propaganda, manchar, fazer arte...mas um poste ainda assim.
Claro, eu passo aqui todos os dias, vejo sempre os rostos preocupados, concentrados, estressados, coisas estranhas, programas freaks e nunca presto atenção. É difícil se ligar e muita coisa num lugar em que se consegue fazer uma refeição de duas mil e duzentas calorias por apenas R$ 3,00. (Com direito a suco e sobremesa).
E acho que isso prova por A+B, que eu não sou uma das pessoas que merecem um post inteiro.
Meu horário de almoço e eu fui comer alguma coisa na rua. Passseava numa feira de livros quando um homem gordo de voz rouca que anunciava"bola treze, bola treze. hoje vai dar treze.bola treze,bola treze..." agarrou meu braço e começou a dizer que eu ia ganhar, eu merecia ganhar. Só pelo meu sorriso (de desepero). Segundo ele tinha algo a ver com hoje ser dia 23 e eu ter passado embaixo de uma placa...Aí eu murmurei que "Não acredito nessas coi..." E ele sumiu!
Continuava meu caminho na busca do livro encantado, com meu copinho de 700 calorias pra comer de colherzinha e um colombiano queria que assistisse uma palestra de cinco minutos com o tema "O que você faria se não houvesse mais porque?". Não, eu não entendi.
Também não fui ver palestra nenhuma. Eu meio que sei o que eu faria se não houvesse porque.
Ia achar um nome foda e virar filósofa, que nem Sócrates.
Aliás, hoje tem palestra com o Dahmer, o cara que escreve os "Malvados" na "Da Vinci", do lado meu trabalho. Eu não vou também porque tenho que estar na faculdade na hora.
E levei empurrão de uma muher gorda com as sobrancelhas desenhada. Ganhei uma flor de um cara que tava coçando o nariz com o dedo médio (que era seu único dedo), Quase fui atropelada por uma criança carregando um Hitler de pelúcia (meu novo sonho de consumo) e vi um homem com um pato embaixo do braço.
O mais incrível é que nenhuma dessas pessoas dá a mínima pra mim. Elas passam por mim como se eu fosse mais um poste, um poste onde ela podem colar cartazes, fazer propaganda, manchar, fazer arte...mas um poste ainda assim.
Claro, eu passo aqui todos os dias, vejo sempre os rostos preocupados, concentrados, estressados, coisas estranhas, programas freaks e nunca presto atenção. É difícil se ligar e muita coisa num lugar em que se consegue fazer uma refeição de duas mil e duzentas calorias por apenas R$ 3,00. (Com direito a suco e sobremesa).
E acho que isso prova por A+B, que eu não sou uma das pessoas que merecem um post inteiro.
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