Wednesday, November 30, 2011

Warm words.

Acabou a tempestade. Sem chuva, sem ventos, sem um som, nada que se note a qualquer distância.

O sol é constante, dias e noites de um sol igual a todos os outros, sem significado, sem apelo. O tempo não passou, nada aconteceu e nada acontecerá. Tudo é certo, nenhuma vontade pode se sobrepor.

“O que foi?” Você pergunta. – parte do dia que não acaba.

Nunca foi. Opressor?

A certeza, o mundo em preto e branco. Nunca foi.


Calma, calma, calma. É essa a vida?! O que esperar?

Respira, mais uma vez. Ar quente. Vida quente.

Monday, July 26, 2010

cinco coisas sem as quais eu consigo viver sem.

li e falei muitas vezes sobre como é estar namorando e as lamurias de nunca mais ter "a primeira vez". a falta do desconhecido, o saudosismo de cheirar pela primeira vez a pele, de se surpreender com um movimento e só não-saber excitam a imaginação de um modo que o companheirismo, a intimidade e ritmos encaixados não fazem.
e sei quais minhas queixas, muito menos subjetivas do que costumo remoer: sinto falta de comer azeitonas, de woody allen, tempo livre e passar tardes nos centros culturais da cidade com roupa de praia. e às, vezes, muito de vez em quando, sinto falta de malboro light.

Saturday, July 17, 2010

equilibrio

são dias sem contar as horas, sem perceber a passagem do tempo. a angústia da estagnação me fere bem no peito, são murror secos e impiedosos, que me acordam e roubam minha energia na mesma ação.
sou motivada pelo meu coração a agir sem nenhum direcionamento. revolta do aprisionamento transbordam em meu olhar, palavras, suspiros cheios de tédio e ira.
meus velhos conhecidos dançando a minha volta, me incitam a odiá-los e a odiar tudo o que me tornei, como se além das minhas escolhas estivesse o maldito acaso, brincando comigo, maior do que eu.

jamais serei como vocês, não consigo participar. fui condenada a observar sem interferir, não importa o que faça. tudo o que faço é bobo, minha dança é patética, meus porres dispensáveis, minhas interações esquecíveis. há um equilibrio de viver sem existir.

nunca serei uma de vocês.

Tuesday, June 22, 2010

Tuesday, May 11, 2010

nuvens.

é dificil estabelecer quando as nuvens passaram a ter tanto significado pra mim.

houve uma época em que elas podiam ser interessantes ou não, segundo meu nível de tédio. hoje me peguei sentada num espaço repleto de nuvens, quase aconchegada nelas...cada céu era especial para mim, capturado especialmente por mim e para mim.
dezenas de fotos espalhadas sobre cadeira, mesa, cavalete e até mesmo um balde (!) que compunham meu ninho, meu processo, meu ethos.

tento reproduzir as imagens tão especiais para mim em tudo que me interessa: sapato, porta-jóias, tela, papel, caderno, gavetas, meus sonhos e humor.
meu humor acompanha o céu, com nuvens nubladas, ensoladas, dispersas, desvanecendo...

é frustrante observar que por mais importante que seja o céu pra mim, ele perde as cores (milhares de cores) e magia diante do céu de pintores como Niccolo dell Abbate, Vermeer e claro, Van Gogh.
me pergunto o quanto esses mestres amaram o céu, para representá-lo com tanta dedicação, com tanta minúcia. o céu passou a significar trabalho duro e grandes nomes da pintura também, os grandes pintores entrelaçados nos meus dias e experiências, passou a significar muito.

observo novamente meu ninho, com o céu em toda parte, convivendo com meus cigarros, pacotes de biscoito, garrafas de coca-cola, com a minha inexperiência, minha vontade de experimentar e meu amor. todos os elementos dispostos ao longo de semanas de trabalho, tinta em suportes tão inusitados: do chão a pá de ventilador encostada na mesinha onde passo a maior parte do dia. o céu em toda a parte.
de repente, pareceu pronto, pareceu que o meu ninho falava por si, e falava por mim também. eu estava ali, em cada gaveta pintada, cada objeto, cada detalhe.
isso pareceu arte, pareceu exatamente o que eu devia mostrar, o que falaria mais claramente do que qualquer outro trabalho. esse foi meu primeiro trabalho de arte.

Monday, April 05, 2010

us.

minha cabeça pesa, cambaleia enquanto leio. meus olhos protestam com irritação a estarem abertos, enquanto pontos especificos do meu corpo latejam avisando que é hora de parar.

nada me anima, só penso em trabalho e ignoro que haja algo melhor a se fazer.

não há interesse além de contruir um ninho, um lugar onde possa repousar a cabeça. meu olhos não param abertos!

claro que o teu cheiro não parece mais tão vibrante, que teu toque não é mais tão quente...meu sentidos estão sobrecarregados, meu pensamento ocupado demais pra você!

só quero que você me espere, um pouquinho. que me deixe chegar em casa depois de um longo ano de trabalho sem queixas ou cobranças. vai ser bom para nós dois.
construa meu tempo bom, arquitete o meu descanso com o mesmo cuidado que arquiteta seus personagens!

há um futuro em algum lugar que quero alcançar, e quero que você esteja comigo.
faço por mim, não minto.

Wednesday, December 30, 2009

the end has no end.

eu sei que nada é eterno. sempre soube.
é burrice minha insistir em crêr, esperança vã. tudo se renova, ou se destrói.
estamos nos destruindo. buscamos ser o mesmo do principio, o mesmo de sempre, porém ruimos na tentativa.

meu coração está comprimido, pequeno. meu rosto fica quente a qualquer segundo que lembre do seu nome, as lágrimas prontas pra escorrer.
é dolorosa a expectativa, saber que vai acabar a qualquer momento e tentar antever o instante em que vamos deixar de existir juntos.
não paro de pensar no assunto, não paro de chorar. meus movimentos ficaram contidos nos ultimos dias, nem articulo os braços nem dou passadas com liberdade. nunca mais respirei profundamente.
ajo como se estivesse sobre um campo minado, contenho movimentos ao máximo e fico ansiosa pra saber de onde virá a próxima explosão.

fui burra, comecei uma coisa que eu já sabia o final. perdi meu tempo cometendo os mesmos erros e construindo a mesma velha história.
o fim não tem fim.